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domingo, 25 de fevereiro de 2007


Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

Luís Fernando Veríssimo


“A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado. Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também... Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente... E só então a gente poderá amar, de novo”.

Sempre preferi escutar a verdade, por mais dura e crua que seja, do que viver um grande engano. Viver a realidade é coisa para poucos, é preciso ser forte, porque como costuma dizer uma amiga minha "o mundo é cruel, a vida é injusta e as pessoas são sujas". Acontece com todo mundo, é mais natural querer construir um castelinho cor-de-rosa do que descobrir que sua vida é uma grande farsa. Conheço uma quantidade razoável de pessoas que vivem de fantasia e sempre achei isso instigante. São normalmente aqueles atores e diretores de um filme só, aqueles escritores de um único conto, que passam a eternidade vivenciando seu único ato produtivo na vida.... É sempre triste, muito triste Porque fui descobrindo aos poucos que as coisas raramente são o que parecem ser, comecei a desconfiar de tudo. Por exemplo, antigamente eu conhecia um amigo e de cara gostava da pessoa até que tivesse provas contrárias. Era capaz de acreditar em todos os homens até que descobrisse uma mentira deles. Achava todos os amigos de trabalho,faculdade super legais, até que me passassem a perna. Não eu não estou amarga nem desesperançada, apenas desiludida, quero deixar bem claro. Por isso, hoje em dia, se conheço uma pessoa prefiro acreditar que ela seja capaz das piores atrocidades até que me prove o contrário. Os homens,são infiéis e mentirosos a princípio, até que eu descubra suas verdades.... E tudo isso que eu escrevi não passa de uma grande blasfêmia, até que vocês me provem o contrário!



É sempre melhor ser otimista do que ser pessimista. Até que tudo dê errado, o otimista sofreu menos.