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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012




Você me pediu perdão como se pudéssemos remover com uma borracha nosso pequeno e trágico passado. Mas eu te perdoei porque não consigo gastar um átimo de segundo da minha existência guardando qualquer sentimento por você. E para te perdoar, precisei perdoar também a mim mesma pela armadilha que criei quando eu estava triste e desorientada demais para achar que você pudesse me dar qualquer tipo de direção e desabei nos seus braços e me deixei levar pelas suas mentiras caudalosas. E você, com sua personalidade nociva e perversa, e por viver tão afundando na ignorância de ser quem é ainda pensou que ser perdoado era um passaporte para qualquer tipo de aproximação. Não. Agora eu tenho sanidade para fazer escolhas certas e não estou mais frágil como antes. O que você me causou e as consequências graves que tive que administrar sozinha, por causa da sua covardia, me fortaleceram de tal forma, que o meu horizonte interno se ampliou no peito e nos olhos e o meu tamanho teve que ser aumentando para comportar tantos aprendizados. Por isso, a pessoa que consegue te perdoar hoje, não é a mesma que você feriu com toda crueldade que eu não sabia ser possível num ser humano considerado socialmente normal. O mal que você tem feito a si mesmo, não é mais problema meu e a minha presença seria um presente dado a alguém que não tem a menor condição de receber o que é bom. Eu poderia ter ajudado você a se lapidar com a minha predisposição para o amor. Mas você, acostumado a viver na escuridão, não soube suportar a minha luz.
Espero que encontre alguma paz se algum dia conseguir e quiser viver dentro da honestidade.


Marla de Queiroz




"Estou prestes a mergulhar. Dessa vez, não insistam, vou dispensar o equipamento de segurança."

(Verônica H.)
"E, mesmo quando o vento consegue derrubar um dos meus pilares, me alegra ver que tenho gente pronta pra me reformar. São remendos, rebocos, estacas e escoras. É cimento, é argamassa, é durepóxi, pode ser até goma de mascar. Guardo comigo esses remendos, bem como a fisionomia de todos que se prontificaram a me arrumar. E sempre que faz sol eu saio pela rua pra erguer paredes que caem a todo minuto. Retribuir."

(Lucas Silveira)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

"Não é raro, tropeço e caio. Às vezes, tombo feio de ralar o coração todinho.
Claro que dói, mas tem uma coisa: a minha fé continua em pé."

(Ana Jácomo)








"Não é que seja exatamente corajoso, meu coração tem é isso de bom: não ocupa espaço com mágoas e, com o tempo, ele se tornou desmemoriado pra assuntos de frustração."

(Ana Jácomo)






"Que as dificuldades que eu experimentar ao longo da jornada
não me roubem a capacidade de encanto."

(Ana Jácomo)
"Em muitos trechos do caminho, às vezes bem longos, carregamos muito peso na alma sem também notar.
A gente se acostuma muito fácil às circunstâncias difíceis que às vezes podem ser mudadas.
A gente se adapta demais ao que faz nossos olhos brilharem menos.
A gente camufla a exaustão.
A gente inventa inúmeras maneiras para revestir o coração com isolamento acústico para evitar ouvi-lo.
A gente faz de conta que a vida é assim mesmo e ponto.
A gente arrasta bolas de ferro e faz de conta que carrega pétalas só pra não precisar
fazer contato com as nossas insatisfações e agir para transformá-las.
A gente carrega tanto peso, no sentimento, um bocado de vezes, porque resiste à mudança.
Até o dia em que a alma, cansada de não ser olhada, encontra o seu jeito de ser vista e de dizer quem é que manda."

(Ana Jácomo)




"Coragem, às vezes, é desapego (...) É aceitar doer inteiro até florir de novo. É abençoar o amor, aquele lá, que a gente não alcança mais."


(Ana Jácomo)

Algumas pessoas se destacam para nós (...) Não importa quando as encontramos no nosso caminho. Parece que estão na nossa vida desde sempre e que mesmo depois dela permanecerão conosco. É tão rico compartilhar a jornada com elas que nos surpreende lembrar de que houve um tempo em que ainda não sabíamos que existiam. É até possível que tenhamos sentido saudade mesmo antes de conhecê-las. O que sentimos vibra além dos papéis, das afinidades, da roupa de gente que usam. Transcende a forma. Remete à essência. Toca o que a gente não vê. O que não passa. O que é (...) Com elas, o coração da gente descansa. Nós nos sentimos em casa, descalços, vestidos de nós mesmos. O afeto flui com facilidade rara. Somos aceitos, amados, bem-vindos, quando o tempo é de sol e quando o tempo é de chuva. Na expressão das nossas virtudes e na revelação das nossas limitações. Com elas, experimentamos mais nitidamente a dádiva da troca nesse longo caminho de aprendizado do amor."

(Ana Jácomo)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

"Eu me lembrei que fugir, às vezes, é necessário para recuperar o fôlego. Para restaurar a força."

"Perseverança

Jogo a minha rede no mar da vida e às vezes, quando a recolho, descubro que ela retorna vazia. Não há como não me entristecer e não há como desistir. Deixo a lágrima correr, vinda das ondas que me renovam, por dentro, em silêncio: dor que não verte, envenena. O coração marejado, arrumo, como posso, os meus sentimentos. Passo a limpo os meus sonhos. Ajeito, da melhor forma que sei, a força que me move. Guardo a minha rede e deixo o dia dormir.

Com toda a tristeza pelas redes que voltam vazias, sou corajosa o bastante para não me acostumar com essa ideia. Se gente não fosse feita pra ser feliz, Deus não teria caprichado tanto nos detalhes. Perseverança não é somente acreditar na própria rede. Perseverança é não deixar de crer na capacidade de renovação das águas.

Hoje, o dia pode não ter sido bom, mas amanhã será outro mar. E eu estarei lá na beira da praia de novo."

(Ana Jácomo)

domingo, 5 de fevereiro de 2012

"O vinho mais caro não serve pra nada quando a sede é de água." (Tati Bernardi)





"Foi preciso ser assim, te expulsar depressa. Porque se você ficasse por mais um minuto, eu ia querer que você ficasse a minha vida inteira."

(Vitória de Melo Bispo)







"Melhor uma ausência honesta do que uma presença desaforada."

(Martha Medeiros - Os ausentes)











"Se fosse mudar alguma coisa, sim, eu responderia todas as suas perguntas. Eu saberia dizer o que foi que me fez esquecer que era você, o tempo todo. Eu te confessaria o quanto sou um idiota e te pediria carinhosamente pra não reparar na bagunça aqui dentro de mim, antes de você chegar. Mas acontece que nada que eu fale, faça, grite ou escreva vai fazer você acreditar que aquele começo pode voltar e nós podemos ser o que desejávamos um pro outro. Sendo assim, prefiro não falar absolutamente nada porque não quero te irritar ainda mais e ouvir coisas que podem borrar minhas lembranças, a única parte de mim onde não há fobia nem inquietação."

(Vitória de Melo Bispo)