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quinta-feira, 23 de novembro de 2006


Chamei um bom alfaiate para me ensinar a costurar os retalhos de minha vida. Alinhavei uns sorrisos junto com umas lágrimas, formei mangas de sorrisos. Tudo muito colorido, em busca de um toque especial. Dedal em punho foi tentando passar com minhas mágoas pelo buraco da agulha. Uma tarefa árdua de precisão milimétrica. Qualquer ponto mal-dado poderia abrir a costura inteira; esse era um trabalho de paciência. Na bainha queria pôr algumas lembranças, algumas memórias que deveriam andar bem próximas ao chão. Pensando nelas, me distraí a acabei furando o dedo. Acho que não nasci para a costura.

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