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quarta-feira, 2 de junho de 2010

O AVESSO DOS PONTEIROS-ANA CAROLINA



Sempre chega a hora da solidão



Sempre chega a hora de arrumar o armário


Sempre chega a hora do poeta a plêiade


Sempre chega a hora em que o camelo tem sede






O tempo passa e engraxa a gastura do sapato


Na pressa a gente não nota que a Lua muda de formato


Pessoas passam por mim pra pegar o metrô


Confundo a vida ser um longa-metragem


O diretor segue seu destino de cortar as cenas


E o velho vai ficando fraco esvaziando os frascos


E já não vai mais ao cinema






Tudo passa e eu ainda ando pensando em você


Tudo passa e eu ainda ando pensando em você






Penso quando você partiu


Assim... sem olhar pra trás


Como um navio que vai ao longe


E já nem se lembra do cais


Os carros na minha frente vão indo


E eu nunca sei pra onde


Será que é lá que você se esconde?






Tudo passa e eu ainda ando pensando em você


Tudo passa e eu ainda ando pensando em você






A idade aponta na falha dos cabelos


Outro mês aponta na folha do calendário


As senhoras vão trocando o vestuário


As meninas viram a página do diário



O tempo faz tudo valer a pena


E nem o erro é desperdício


Tudo cresce e o início


Deixa de ser início


E vai chegando ao meio


Aí começo a pensar que nada tem fim...

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